Dor no Ombro
- JPT Health Solutions
- 3 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de mai. de 2020
Anatomicamente a região do ombro envolve os ossos da cintura escapular (escápula e clavícula), manúbrio e úmero, sendo que, as uniões entre estes ossos formam um complexo articular. Este complexo articular possui o maior grau de complexidade do corpo humano, pois inclui cinco articulações diferentes: gleno-úmeral (principal articulação do ombro), esternoclavicular, acrómio-clavicular, córaco-clavicular e escapulo-torácica. A articulação gleno-úmeral localiza-se entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoide da escápula, destacando-se devido à sua liberdade de movimento e instabilidade.
Sendo a articulação com maior liberdade de movimento do que qualquer outra do corpo humano esta possibilita o posicionamento preciso da mão e permite tanto movimentos amplos como finos. Os movimentos de flexão-extensão, abdução-adução, rotação medial e lateral e circundação são os disponíveis nesta articulação. O alto grau de mobilidade é um handicap, pois compromete a estabilidade e, por sua vez, aumenta a vulnerabilidade da articulação do ombro para a lesão, especialmente nos movimentos acima da cabeça.
Todos os músculos do complexo do ombro tem origem na escápula e clavícula são: serrátil anterior, elevador da escápula, trapézio, romboide maior e menor, coracobraquial, grande dorsal, peitoral maior e menor, deltoide e a coifa dos rotadores.
O sistema muscular, tendo em consideração o que já vimos, é de extrema importância para a estabilidade e movimentos na articulação do ombro, especialmente a coifa dos rotadores que é constituída pelo músculo subescapular, músculo redondo menor, músculo Infra-espinhoso e músculo Supra-espinhoso. Este é o grupo muscular mais suscetível de lesão do complexo.


O ombro está suscetível tanto às lesões do tipo traumático quanto por uso excessivo do mesmo.
As lesões da coifa dos rotadores representam um espectro de patologias que vão de uma tendinopatia aguda (processo inflamatório que atinge os tendões de um músculo ou conjunto muscular) a uma lesão maciça, como a rutura (lesão traumática que se representa por rompimento de fibras do tecido muscular e/ou tendinoso, este ultimo componente final dos músculos ou grupos musculares, que neste caso específico ocorre frequentemente). A fisioterapia dispõe de vários recursos para o tratamento da tendinopatia, entre eles, é muito utilizado o uso de eletroterapia que consiste na utilização de correntes elétricas para o tratamento de dor. É também, de suma importância, exercícios de mobilidade articular, alongamentos e de fortalecimento.
A Síndrome do ombro congelado ou capsulite adesiva é uma patologia que possui uma reação inflamatória da cápsula, originando assim um aumento da sua estrutura e também um aspeto fibrosado, fazendo com que ocorram aderências originando assim a fixação da cápsula e tem como consequência dor que impossibilita o movimento. A reabilitação é importante e tem como objetivo diminuir a dor e estimular a independência e funcionalidade. Pode ser dividida em quatro fases: I controle da inflamação e da dor, II restauração da amplitude articular, III fortalecimento muscular na busca do equilíbrio dinâmico e IV trabalho propriocetivo da cintura escapular e do membro superior.
Outras lesões observadas regularmente são a luxação articular, que é uma das lesões mais frequentes da articulação gleno-úmeral que pode ser resultado da atuação de uma grande força externa e quando ocorre os tecidos moles de sustentação são frequentemente estirados além de seus limites elásticos, predispondo, assim, a articulação a luxações recorrentes, a bursite, que é caracterizada pela inflamação com calcificação da bursa/bolsa sinovial e tem como consequência dor e limitação de movimento e, por fim, a artrite, que faz parte de um conjunto de doenças que afetam o sistema imunitário (doenças autoimunes) e, por isso, os sistemas de defesa do corpo atacam os tecidos do próprio organismo. Corresponde a um processo inflamatório articular que se caracteriza pela presença de derrame articular e/ou dor à movimentação, calor, vermelhidão e limitação funcional.
Autor: Tr. Tiago Almeida
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